Vivemos em uma sociedade baseada em valores patriarcais com excesso de energia yang. Passamos a ser nossos resultados e estatísticas, nossos títulos e conquistas. Nosso valor pessoal passou a ser medido pelo que fazemos, realizamos ou aparentamos, é uma vivência especificamente para fora. Neste contexto não há espaço para dentro, para o Ser, não há espaço para o acolhimento e aceitação provindos da delicadeza da polaridade yin. Por isso vivemos uma ansiedade constante, sem espaços para acessarmos nossa intuição.
O equilíbrio da vida está em conseguirmos harmonizar as polaridades Yin e Yang, nosso aspecto feminino e masculino, pois ambos se complementam. Por isso homens e mulheres não precisam competir e sim somar, colaborar uns com os outros. Ambas as forças são importantes para harmonia no mundo.
Segundo o mestre Sri Prem Baba, a distorção do feminino é o sentimento de vítima, a distorção do masculino é a agressividade. Precisamos urgentemente alinhar essas duas forças dentro de nós. O Pensar e o agir devem andar de mãos dadas para que tenhamos êxito e plenitude em nossas realizações, sejam elas materiais ou espirituais.
Para bons resultados na vida, precisamos pensar e agir, ou seja, utilizar em equilíbrio os dois hemisférios cerebrais. Segundo os antigos filósofos chineses, o hemisfério direito tem predominância da energia Yang e o direito predominância da energia Yin. O lado esquerdo é analítico, lógico, baseado em fatos, é organizacional. Em contrapartida o lado direito é experimental, holístico, intuitivo, integrador, interpessoal, baseado em sentimento, cinestésico.
Então percebemos a importância de equilibrar razão e emoção.
Os hemisférios direito e esquerdo têm funções diferentes. Processam informações de formas diferentes. E, assim, se complementam, ampliando as nossas possibilidades de compreensão e atuação no mundo.
Segundo Dr. Lair Ribeiro, “o segredo é balancear os dois hemisférios. Na civilização ocidental, a educação geralmente dá ênfase ao desenvolvimento do hemisfério esquerdo. Para compensar essa hipertrofia e obter um balanceamento, o nosso trabalho concentra-se na expansão do hemisfério direito – via de entrada para o inconsciente”.
Em todas as áreas da vida é preciso equilibrar esses dois polos que governam nossa existência. Um pássaro só pode alçar voo integrando em sinergia as duas asas.
Vamos começar agora a exercitar as qualidades Yin e Yang em nosso dia a dia. Resolver, atuar, agir, sem perder a percepção, criatividade e ternura.
Uma mulher equilibrada gera um lar equilibrado, e lares equilibrados constroem uma sociedade mais equilibrada e feliz.
O feminino naturalmente é movido mais pela cooperação do que pela competição.
A mulher carrega em si uma fonte de energia criativa e criadora, que influencia profundamente o meio no qual ela vive. Para a saúde feminina, é importante que a mulher saiba se cuidar, sentir-se bonita, adornar-se com acessórios que valorizem sua beleza.
Na antiga sociedade matriarcal, mulheres eram consideradas divindades, pois eram dotadas da capacidade de gerar a vida.
Como vivemos em uma sociedade patriarcal e altamente competitiva, isso nos distancia da realização feminina e delicadeza do yin que inclui a habilidade de exercer amorosidade, acolhimento e beleza em todos os níveis, físico, mental, emocional e espiritual.
Para manipular a alma feminina, impediram-na de exercer naturalmente a sensualidade e intuição. Fizeram-na acreditar que é preciso negar o corpo, quando a feminilidade é experimentada através deste. Dessa forma nos sentimos culpadas, inadequadas em exercer nossos atributos naturais.
Ao longo da historia da humanidade, mulheres foram podadas, anuladas, queimadas e mutiladas. Retiraram-na a capacidade de pensar por si, de fazer suas próprias escolhas, perdendo seu poder de cura, seus dons e instintos naturais, perdendo a conexão com o centro criativo localizado em seu baixo ventre. Uma mulher sem a capacidade de se encantar com a beleza da vida, das pessoas a sua volta, perdeu a capacidade de exercer sua feminilidade.
A mulher traz encantamento e inspiração para o mundo. Somos donas de uma força primordial.
A dificuldade em admirar outra mulher, em elogiar e defender umas as outras vem da desconexão com nossa verdade.
Socialmente nos estimulam a competir, lutar e brigar por algo que queremos. Essas atitudes de hostilidade entre mulheres indica nossa total desconexão com a alma superior e com o que chamamos de sagrado feminino.
À medida que aprendemos a elogiar mais, sorrir, encorajar, cuidar, abraçar, dançar, voltamos para a casa, à casa da alma.
Existe uma tendência feminina de fazer tudo por todos, e se sentir culpada em fazer algo para si. É preciso se permitir, dar e receber e entrar em equilíbrio na roda de abundancia do Universo.
É importante reabastecer a própria energia com cuidados pessoais e meditação, para poder cuidar de seus queridos.
Quando acessamos nosso potencial criativo e feminino, aprendemos a aplaudir o sucesso a nossa volta. Saímos do papel de vitimas e miseráveis e passamos a ser ricas em todos os aspectos. Quanto mais estrelado o céu, mais bonito ele fica!
Uma mulher que ainda não aprendeu a se amar e se respeitar, não têm condições de ir em direção ao outro, reverenciando o sagrado que existe em todas as formas de vida!
Lembrando a frase milenar, amar o próximo como a ti mesmo. Se não existir amor em mim, por mim, impossível ir em direção ao outro. Cada um dá o que tem, por isso a necessidade urgente de aprendermos a amar nós mesmos, perdoar, acolher e permitir que a gratidão aconteça.
Fazemos parte de uma irmandade feminina, por isso quando estamos juntas e conectadas, conseguimos aliviar nossas dores emocionais.
Segundo Jean Shinoda, entre as mulheres existe uma conexão natural. Alguns estudos evidenciam que quando uma mulher sofre de estresse e fala com outra mulher, ambas liberam o hormônio da maternidade que faz com que o estresse diminua.
Somos naturalmente lindas e sensuais. Nos ensinaram que isso é pecado, então negamos uma parte de nós mesmas! Assim podemos ficar submissas, frágeis e fúteis! Muitos tabus e questões mal interpretadas em relação à sensualidade feminina
É possível ser poderosa sem perder a feminilidade e ter que vestir um manto masculino.
Toda mulher tem em si um potencial imenso de transformar, trazer amor, reconhecimento, desenvolvimento material e espiritual para seu lar.
O feminino foi associado à fraqueza, porém somos incrivelmente fortes e poderosas. Sinceramente acredito e sinto que não existe a verdadeira evolução em termos físicos, nem emocionais, nem espirituais sem a presença feminina no planeta. As mulheres são intrinsecamente fortes, suportam dores e representam a beleza e criatividade no mundo.
Precisamos ouvir nossa intuição. Que apenas nossos sonhos sejam responsáveis por nossos pensamentos. Todos nós precisamos de um momento ao qual nos dediquemos à quietude,é através dela que nós encontramos o maior bem que é a paz interior.
Precisamos aprender a reservar um tempo para olhar para dentro, observar o que estamos sentindo, acalmar a mente, respirar, cultivar uma boa alimentação e atividades físicas prazerosas.
Não nos preocupemos em satisfazer ou corresponder às expectativas do mundo! O que faz toda a diferença é o que acontece dentro de nós. Sejamos leves e inteligentes emocionalmente. Esqueçamos os rótulos e cobranças! Façamos tudo com mais amor, pois o amor é nosso caminho.
Mulheres são o esteio da sociedade, da família e da espiritualidade no mundo.
Luz e Amor!
Ju Marconato – Autora do Livro Sagrado Feminino, pela editora Kaleidoscópio de Ideia.
Criadora do Método Ju Marconato DTF (Dança Terapêutica do Feminino), proprietária do Núcleo de dança Ju Marconato localizado em Araraquara.
2 Comentários para "O sagrado feminino: Equilíbrio entre as polaridades – Ju Marconato"
Texto belíssimo e inspirador. Honremos nosso poder de acolher o Universo! Ahoooo auuuuuu namastê!
Obrigada pelo FeedBack, Malu!! É muito bom saber o que vocês acham sobre os textos.